14:45 | Author: M.
Percebi de longe seus cabelos louros, louríssimos - quase - brancos. O sol dava a impressão de irrealidade em torno dela e de seus fios pálidos. As unhas vermelhas brigavam com as mãos levemente suadas e gélidas.
Quando nos tocamos, foi tudo poesia. O negativo de mim. Sem cor, a refletora de todas as luzes.
Eu acordei para um desejo que me constituía, despertei sedenta de uma anemia aguda e fértil, uma fraqueza que permite a circulação do sangue. Faz pulsar, antes um coração frágil, mas atento.
Retorno, cheia de ócio. Energia fervento, inquietando o que nunca foi estático. As bobagens são assunto, o dia. Haja lábios para morder, unhas para limar, tempo pra se perder.
Muito tempo para as mãos.