17:47 | Author: M.
Apaga a luz pra eu pode te ver
língua gelada escorregando na pele quente
Mãos...
Coxas...
Morde até doer...
Só até doer, depois me abraça.
Não perca o controle
Não diga que sim
Enlouquece
em

mim.
16:19 | Author: M.
De maneira alguma se considerava qualquer tipo de "devoradora", tudo que queria era, sim, ser triturada entre dentes. Mas, de fato, admitia não conseguir gostar dos homens com que se relacionava. Achava enfadonho ouvir por horas todas as grandes histórias e estórias, contudo as ouvia, uma a uma... Com atenção, delicadamente dedicada ao seu ofício feminino. Sorria sem grandes alardes e mantinha seus comentários no nível da inteligência pouco invasiva. Nunca estava exatamente onde parecia estar, procurava manter se um pouco distante, embora eventualmente se deixasse abraçar.Pensava que todo espaço que era preciso abrir para que um homem entrasse em sua vida era tanto! A sensação era de que se perderia pra ele, como se, de repente, ela tivesse que se dar, deixando uma saudade, um vácuo sem possibilidades de ser alcansado ou preenchido.Era simplesmente impossível dar o que ela brigava pra ter junto de si. O problema era não saber viver sem aquele cheiro. Cheiro de homem... Na cozinha, no quarto, nas toalhas, na barba, nas mãos, percorrendo o corpo dela, lambendo, atravessando feito laiser.Então... Ouvia cada história, uma a uma... De cada homem... Fielmente.
13:58 | Author: M.
A solidão é uma arte, mas muitas vezes parecia um veneno. Lentamente ela sentia se alastrando pelas veias e artérias e aterrorizada procurava por si mesma, a companhia mais fiel.
Acordou cedo, gostava da manhã. Escovar os dentes, lavar o rosto, comer, ligar a tv, ler o jornal... Voltou pro quarto, um copo de suco com seus blocos de gelos tilintantes na mão, o jornal na outra. Ele dormia numa paz quase irritante, o corpo morno e nu estendido e entregue à uma respiração ritmada e fluente. A boca entreaberta, mostrando o descuido que é dormir. Puxou de leve o lençol que o cobria parcialmente, não queria despertá lo, mas vê lo. Foram surgindo de sob o tecido os pêlos da barriga, do púbis, o pênis, as coxas. Aproximou se. O cheiro das pessoas durante o sono... Único em sua sinceridade, gostoso, profundo.
Com a boca ácida e gélida, lambeu, num único movimento de sua virilha até o pescoço.