A solidão é uma arte, mas muitas vezes parecia um veneno. Lentamente ela sentia se alastrando pelas veias e artérias e aterrorizada procurava por si mesma, a companhia mais fiel.
Acordou cedo, gostava da manhã. Escovar os dentes, lavar o rosto, comer, ligar a tv, ler o jornal... Voltou pro quarto, um copo de suco com seus blocos de gelos tilintantes na mão, o jornal na outra. Ele dormia numa paz quase irritante, o corpo morno e nu estendido e entregue à uma respiração ritmada e fluente. A boca entreaberta, mostrando o descuido que é dormir. Puxou de leve o lençol que o cobria parcialmente, não queria despertá lo, mas vê lo. Foram surgindo de sob o tecido os pêlos da barriga, do púbis, o pênis, as coxas. Aproximou se. O cheiro das pessoas durante o sono... Único em sua sinceridade, gostoso, profundo.
Com a boca ácida e gélida, lambeu, num único movimento de sua virilha até o pescoço.
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