Esse amor é uma mentira
cafeína e rebordosa ao meio-dia
álcool dissipando ao sol
O mar tragando amanhecer
é a tua pele em minhas mãos
a desfalecer, quente diamante
era, de ti, amante em devoção
Sentimento mascado e engendrado
Tuas coxas para as minhas são
abraço vertendo os olhos
ver - te tendo espasmos no coração
Sorri, desgraça nua
Que sei, de mim, levas nada
Só um pedaço, carne crua
pulsando, coração e alma.
Estarei contigo em todos os trechos da estrada e em todas as noites. As terças farei rituais em nosso nome, pelo resto da eternidade. Nos encontraremos em alguma calçada, com o abraço que ainda sinto me apertando. Fui bobo ao me despedir, porque não se sabe o que fazer quando a vida se mexe com tanta força.
Do meu lado, lutarei por ti e por nós, para que nossos caminhos possam ser suaves.
Te amo, meu bom amigo. Não fique muito tempo longe.
brindemos...
Do meu lado, lutarei por ti e por nós, para que nossos caminhos possam ser suaves.
Te amo, meu bom amigo. Não fique muito tempo longe.
brindemos...
Meu amor venenoso surrupiou meus suspiros
Me deixou assim, sujeito a vicissitudes
Sibilou os sinos de meu coração
Sinais supus para entender
silhuetas sujas de teu olhar
Se não sabemos subverter
submeto meu penas às tuas mãos
Estou seguro.
Seu significado sussurra sanidades em minha boca surda.
santa sílaba a somar teu olho ao meu.
Sinto o verbo transpôr teu sangue.
Sinonímias escrevendo sonetos suaves para compôr o sonho.
Soterramentos de amor e ciúmes.
Cada verso solto cita, imita ou grita um sentimento solitário.
Me deixou assim, sujeito a vicissitudes
Sibilou os sinos de meu coração
Sinais supus para entender
silhuetas sujas de teu olhar
Se não sabemos subverter
submeto meu penas às tuas mãos
Estou seguro.
Seu significado sussurra sanidades em minha boca surda.
santa sílaba a somar teu olho ao meu.
Sinto o verbo transpôr teu sangue.
Sinonímias escrevendo sonetos suaves para compôr o sonho.
Soterramentos de amor e ciúmes.
Cada verso solto cita, imita ou grita um sentimento solitário.
dentre todos os dias ensimesmados, a fatídica rotina dos dias corroidos pelos assinadores de papel e pressionadores de pedais de caixas metálicas móveis, ele dedicou umas poucas horas para a reorganização dos seus livros postos sobre a prateleira ao lado da cama.
cada um deles o tinha marcado profundamente. nunca fora de ir atrás de leituras, os livros e os escritos pareciam simplesmente o buscar. ficava somente aquela sensação de que sempre aqueles livros estavam lá. talvez o fato de não se buscar algo, faz com que esse algo faça profundamente parte de si mesmo.
com o devido cuidado, pegava cada um deles como se fosse um filho, ou um pai, um mestre. através deles lembrava-se do que nunca soubera. folheava os livros como páginas do romance de sua existência, um albúm, um porta-retrato onírico-existencial.
"o senhor sabe o que é o silêncio? é a gente mesmo, por demais..."
foi o que lhe passou pela cabeça ao se deparar com aquele romance que nunca terminou. Grande Sertão...o sertão é do tamanho do mundo...e o sertão é a gente mesmo. ao contrário do que se pensa, nos definimos e somos compostos pelos silêncios que trazemos, não pelo que falamos. o silêncio é a chave.
"circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. o mais é nada."
Pessoa sabia do que falava. e ele a fazia lembrar. folearam certa vez um grande volume, capa avermelhada. não que possuísse nada de seu, mas o que ainda lhe restava dela eram poucas lembranças. e não entendia muito bem porque isso ainda o atormentava.
não entendia porque queria entender. entender limita, estreita a visão. talvez por isso, pouco conversavam. não a conhecia de uma forma convencional. todas as outras pessoas ocupam-se de se conhecer através do que o outro pensa, despensa...do que gosta, do que desgosta...
talvez o maior motivo de lhe devotar tamanha admiração e carinho seja justamente o fato de que ambos se importaram em sentir o outro. ele do seu lado, não se limitou, não a buscou naquilo que idiotamente se formalizou em chamar "conhecer". procurou-a através dos sentidos, dos sentimentos, além das palavras.
"o essencial é invisível aos olhos." e é de um livro infantil que se tiram as maiores lições da vida. crianças não entendem muito bem conceitos. elas não se preocupam se você fala uma coisa assim ou assado. ela simplesmente gosta de você ou não. ela te sente. e sentir é algo que os adultos desaprenderam.
qualquer contato que se tenha com qualquer pessoa é superficial...somente alguns poucos se preocupam em sentir aquilo que você transmite.
durante o curto período que esteve na companhia dela, foi isso o que fez. sentiu. e quando sentiu, sentiu sem pudor, sem limites. ali estava ele, ali ela estava. não precisava de mais nada. a busca do entendimento daquele sentimento fez ruir tudo o que estava sendo despertado. o além...o por trás...o invisível. vislumbrou.
talvez o mau agouro de dizer as palavras (hoje em dia não mais tão) mágicas assim o tenha distanciado: eu te amo. era isso que queria dizer afinal. não disse. a olhou, olhou estarrecido aqueles olhos amendoados, que lhe penetraram a carne e tudo aquilo que mantinha o funcionamento normal do organismo. deslumbrou-se. descobriu-se. e o vento levou...
cada um deles o tinha marcado profundamente. nunca fora de ir atrás de leituras, os livros e os escritos pareciam simplesmente o buscar. ficava somente aquela sensação de que sempre aqueles livros estavam lá. talvez o fato de não se buscar algo, faz com que esse algo faça profundamente parte de si mesmo.
com o devido cuidado, pegava cada um deles como se fosse um filho, ou um pai, um mestre. através deles lembrava-se do que nunca soubera. folheava os livros como páginas do romance de sua existência, um albúm, um porta-retrato onírico-existencial.
"o senhor sabe o que é o silêncio? é a gente mesmo, por demais..."
foi o que lhe passou pela cabeça ao se deparar com aquele romance que nunca terminou. Grande Sertão...o sertão é do tamanho do mundo...e o sertão é a gente mesmo. ao contrário do que se pensa, nos definimos e somos compostos pelos silêncios que trazemos, não pelo que falamos. o silêncio é a chave.
"circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. o mais é nada."
Pessoa sabia do que falava. e ele a fazia lembrar. folearam certa vez um grande volume, capa avermelhada. não que possuísse nada de seu, mas o que ainda lhe restava dela eram poucas lembranças. e não entendia muito bem porque isso ainda o atormentava.
não entendia porque queria entender. entender limita, estreita a visão. talvez por isso, pouco conversavam. não a conhecia de uma forma convencional. todas as outras pessoas ocupam-se de se conhecer através do que o outro pensa, despensa...do que gosta, do que desgosta...
talvez o maior motivo de lhe devotar tamanha admiração e carinho seja justamente o fato de que ambos se importaram em sentir o outro. ele do seu lado, não se limitou, não a buscou naquilo que idiotamente se formalizou em chamar "conhecer". procurou-a através dos sentidos, dos sentimentos, além das palavras.
"o essencial é invisível aos olhos." e é de um livro infantil que se tiram as maiores lições da vida. crianças não entendem muito bem conceitos. elas não se preocupam se você fala uma coisa assim ou assado. ela simplesmente gosta de você ou não. ela te sente. e sentir é algo que os adultos desaprenderam.
qualquer contato que se tenha com qualquer pessoa é superficial...somente alguns poucos se preocupam em sentir aquilo que você transmite.
durante o curto período que esteve na companhia dela, foi isso o que fez. sentiu. e quando sentiu, sentiu sem pudor, sem limites. ali estava ele, ali ela estava. não precisava de mais nada. a busca do entendimento daquele sentimento fez ruir tudo o que estava sendo despertado. o além...o por trás...o invisível. vislumbrou.
talvez o mau agouro de dizer as palavras (hoje em dia não mais tão) mágicas assim o tenha distanciado: eu te amo. era isso que queria dizer afinal. não disse. a olhou, olhou estarrecido aqueles olhos amendoados, que lhe penetraram a carne e tudo aquilo que mantinha o funcionamento normal do organismo. deslumbrou-se. descobriu-se. e o vento levou...
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
Cartola
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
Cartola