O povo olhando pra cima
O vento assanhando a menina
Rezando tem até quem chore
Será que chove?
Será que dá pra chover?
É quase dia dezenove.
O sol esquentando o juízo
O nordestino entende
A água pra vida é preciso
Pra que tudo no chão se inove
Será que chove?
Será que dá pra chover?
É quase dia dezenove.
Se cai uma gota no chão
O olhar na janela em espanto
Parece até um canto
meu coração se comove
Será que chove?
Será que dá pra chover?
É quase dia dezenove.
De noite a brisa avisa
Alívío, à dormir convida
Mas logo o calor atazana
Não há quem fique na cama
Será que chove?
Será que dá pra chover?
É quase dia dezenove
Ainda me resta a rede
água pra minha sede
da morte não temo agora
No entanto, o povo de outrora
com a seca se apavora
Mas o tempo e a fome ensina
A ver que essa é a sina
Do homem da caatinga.
A ver que essa é a sina
Do homem da caatinga.
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